quinta-feira, 8 de novembro de 2012


PROJETO SÉRIE DE DIÁLOGOS


CICLO DE OFICINAS SOBRE PRÁTICAS CORPORAIS INDÍGENAS


          Dando continuidade as atividades de extensão o Grupo de Estudos e Pesquisas em Cultura do Corpo, Educação, Arte e Lazer (LACOR) da Universidade Federal do Pará, realizará o segundo encontro do Ciclo de Oficinas sobre Práticas Corporais Indígenas, com a temática Jogos Indígenas (Fase I), nos dias 09 e 10 de Novembro na UFPA - Campus Guamá. A referida ação tem como objetivos promover o reconhecimento e valorização da cultura indígena entre os alunos indígenas, servidores e alunos não indígenas da UFPA; Oportunizar espaços de produção de conhecimento pelos alunos indígenas através da realização de oficinas contribuindo para o fortalecimento de sua autodeterminação e construção de espaços que dialoguem sobre a diversidade cultural da Amazônia.
             As oficinas integram as atividades do Projeto de Extensão Série Diálogos sobre a Cultura Corporal e Educação, um dos projetos de extensão do Grupo LACOR, da Faculdade de Educação Física (FEF) e estar articulada à disciplina Estudos Sociológicos da Motricidade Humana, ministrada pela Profa Ms Maria da Conceição dos S. Costa, também coordenadora do Projeto. A intenção é de conhecer, reconhecer e socializar os conhecimentos sobre a prática dos Jogos Indígenas a partir da Cultura das Etnias Tembé, Karajá, Gaviao-Parkatêjê e Kaingang, sendo ministradas por alunos indígenas da UFPA. No mês de dezembro realizaremos a Fase II da temática Jogos Indígenas, com o envolvimento de outros alunos indígenas e demais etnias, socializando entre alunos indígenas, demais acadêmicos e comunidade em geral a história, os sentidos e significados dos jogos indígenas para nossa Cultura. Esta ação tem fortalecido as atividades acadêmicas dos alunos indígenas integrantes da Associação dos Estudantes indígenas da UFPA (APYEUFPA), que tem contado com o apoio e esforços do presidente da associação Edimar Fernandes para a sua realização.

As oficinas irão acontecer no dia 09/11 no Ginásio de Esportes da UFPA (Campus Básico do Guamá, em frente ao portão 2), sendo realizadas no período de 9h-12h e no período de 15h-18h e no dia 10/11 (pela manhã) no período de 9h-12h no Campus III da UFPA, em frente ao terceiro portão da UFPA.





sexta-feira, 29 de junho de 2012

Lugar de Brincar


Identificação do Projeto
Título
LUGAR DE BRINCAR: novas metodologias a partir de ações pedagógicas lúdicas e estímulo a criação de novos lugares do brincar na cidade de Belém
PERÍODO DE EXECUÇÃO
Início: Fevereiro 2012
Término: Janeiro de 2013

Introdução
O projeto “Lugar de Brincar: criação de metodologias a partir de ações pedagógicas lúdicas e estímulo a criação de novos lugares do brincar na cidade de Belém”, visa equipar uma sala na Universidade Federal do Pará para ampliar as ações educativas no desenvolvimento de novas metodologias a partir de ações lúdico-pedagógicas desenvolvidas junto a crianças e na formação de estudantes de licenciaturas, de educadores de instituições educacionais do Estado do Pará e de agentes comunitários que desejam trabalhar com crianças e ou pessoas de todas as idades tendo o fenômeno lúdico como um dos principais aspectos do processo ensino-aprendizado. 
Apresentação
Atualmente, a sala para ativar o projeto apresenta-se como espaço ambientado, lúdico e dinâmico vinculado ao “Grupo de Estudos e Pesquisas em Cultura do Corpo, Educação, Arte e Lazer (LACOR)” da Faculdade de Educação Física (FEF) do Instituto de Ciência da Educação (ICED) da Universidade Federal do Pará (UFPA). No ano de 2011 foi desenvolvido um projeto denominado “Brinquedoteca: espaço de apropriação e construção de metodologias a partir da cultura lúdica amazônica”, no qual oficinas lúdicas foram planejadas e executadas em escolas e na própria universidade, envolvendo educadores de instituições públicas e comunitárias de ensino e crianças e adolescentes dessas instituições. Nessa perspectiva, o projeto “Lugar do Brincar” surge como necessidade da continuação e aprimoramento das ações lúdico-pedagógicas até então implementadas pelo projeto Brinquedoteca. As ações lúdico-pedagógicas serão desenvolvidas em bairros e/ou ilhas da cidade de Belém, envolvendo educadores, crianças, adolescentes.
Justificativa
Brincar é a principal atividade na infância e está sempre inundada de significações sociais e, como qualquer outra atividade é necessária aprendizagem. O jogo como expressão da cultura é ao mesmo tempo criação e produção da cultura lúdica e é através das brincadeiras que se aprende a brincar, que se aprende a dominar um universo simbólico próprio, mediado pela diversidade de experiências lúdicas dos participantes (BROUGERE, 1998).
Através das brincadeiras os sujeitos, em especial as crianças envolvidas, ampliam seu conhecimento sobre si mesmo e sobre o mundo que está ao seu redor. No brincar expressam seus sentimentos, suas fantasias, representam situações do seu cotidiano, testam e adquirem novos conhecimentos.
Compreendida dessa forma, pode se dizer que a brincadeira é indispensável para favorecer a integração social da criança, além de exercitar seu equilíbrio emocional e atividades intelectuais. Assim, toda criança tem o direito de ser respeitada quanto ao seu ritmo próprio de desenvolvimento e de suas necessidades lúdicas e afetivas.
A importância da brincadeira para o processo formativo e mais especificamente a sua necessidade em espaços educacionais, embora tenha se constituído e se afirmado fundamentalmente com a modernidade ainda no século XVI na Europa, desde os primórdios esteve mencionada na educação grego-romana. Platão e Aristóteles fazem referências a importância do brincar na educação. Da mesma forma em escritos de Horácio e Quintiliano o lúdico aparece relacionado ao uso de guloseimas em formato de letras como uma referência do jogo didático (KISHIMOTO, 1994).
O brincar é referência de vários teóricos, que o afirma como fundamental para o desenvolvimento do indivíduo. Na psicologia destacamos as contribuições de Piaget (1978), Vygotsky (1984) e Wallon (1989), que concebem o homem como ser eminentemente sociocultural. Estes estudiosos contribuíram para afirmação de que o período de 0 a 6 anos é a fase que o ser humano mais se desenvolve. Eles destacam o lúdico como veículo do desenvolvimento da criança nos seus aspectos cognitivo, afetivo e social.
Através da brincadeira a criança desenvolve sua identidade, pois nas brincadeiras as situações imaginárias imitam as realidades dos adultos, seus comportamentos e ações cotidianas. Através do brincar a criança expressa seus sentimentos, recriam situações do cotidiano, testa e adquire novos conhecimentos. Segundo Vygotsky, durante as brincadeiras as crianças sempre se comportam de forma mais madura do que no comportamento habitual de sua idade, se portando na maioria das vezes como mais velha do que é. “como foco de uma lente de aumento, o brinquedo contém todas as tendências do desenvolvimento sob forma condensada, sendo ele mesmo, uma grande fonte de desenvolvimento” (VYGOTSKY, 1984: 117).
No brincar a criança aprimora sua linguagem por meio da apreensão e criação de símbolos. O imaginário presente no ato de brincar leva a criança a alterar significados dos objetos e eventos cotidianos, assim expressam suas fantasias e assumem papéis sociais, de modo que o brincar se constitui como um verdadeiro laboratório onde a criança, assim como um cientista, pode criar novas experiências para entender a realidade, formular novas hipóteses e testá-las.
Do ponto de vista sociológico, o brincar possibilita o resgate da cultura popular, permite inserir a criança na cultura do seu tempo e também inserir regras que ela poderá observar enquanto adulta. Como apontava Benjamin (1984) – estudioso das questões da infância, a criança não é um ser isolado vivendo numa ilha. O ato de brincar é aprendido no convívio, na relação da criança com o brinquedo, com outras crianças e com os adultos, portanto é um aprendizado sociocultural que se manifesta das mais diferentes formas.
Brougére (1995) alerta que na brincadeira, uma regra só tem valor se for aceita pelos que brincam e só vale naquele espaço e tempo determinado. A regra pode ser transformada desde que isso seja decidido e acordado pelos parceiros de brincadeiras. A regra permite, assim, criar outra situação que libera os limites do real (Brougére, 1995:101).
 O brincar coloca em prática habilidades que só na situação lúdica poderiam aparecer, pois ainda estão se solidificando e, só podem ser concretizadas mediante estas ocasiões especiais.
Do ponto de vista pedagógico, o brincar desenvolve a linguagem, o raciocínio lógico, a relação espaço x tempo. Através das brincadeiras a criança observa, experimenta, investiga, age, conquistando novas etapas de pensamento. Nas suas mais diversas apresentações, a brincadeira é um instrumento rico no desenvolvimento e na aprendizagem infantil, necessitando ser inserida no cotidiano dos bairros e da cidade como um todo.
Nesse sentido, a atividade lúdica é fundamental para os processos de aprendizagem, pois, além de despertar o interesse da criança, proporciona aprendizado verdadeiramente significativo. A valorização do ato de brincar, enquanto elemento mediador do aprendizado desenvolve e educa de forma prazerosa. Desse modo, situações de jogos e brincadeiras além de promover o desenvolvimento de novas estruturas cognitivas, atende às necessidades infantis.
A brincadeira, nas suas mais diversas apresentações (de situação imaginária, de imitação, com ou sem regras), é instrumento rico e deve ser proporcionado no cotidiano da criança, sem, contudo contrariar sua natureza lúdica, da busca do prazer, da alegria, da exploração livre.
Nesse sentido, considerando a criança como sujeito social e global, os aspectos cognitivo, afetivo e simbólico são inseparáveis, as atividades lúdicas são indispensáveis para propiciar à criança educação integral, cabendo às instituições educacionais inseri-la em seu projeto pedagógico.
Diante de uma realidade em que, cada dia mais, é reduzido o tempo e os espaços públicos às vivências lúdicas das crianças e adolescentes, esse projeto se justifica como uma alternativa para estimular o encontro entre os pares, a criação e a apropriação criativa da cultura lúdica local. Nessa perspectiva, mais do que se constituir em um lugar do brincar na Universidade Federal do Pará, se desafia a, a partir desse lugar, estimular e desenvolver ações lúdico-pedagógicas em bairros e/ou ilhas da cidade de Belém. Lendas, músicas, histórias, brinquedos e brincadeiras serão os principais referenciais para envolver pessoas comprometidas com a organização e educação comunitária.
A Amazônia, nesse caso em específico a região norte do Brasil é portadora de uma vasta cultura que, entre muitos aspectos destacamos as características lúdicas produzidas por homens e mulheres no contato com os rios, igarapés, flora e fauna constituindo-se em um jeito próprio de criar sentido e significado sobre essa realidade na constituição criativa de histórias, lendas, brincadeiras, artesanatos, festas, etc.
A partir de tais afirmativas, o projeto se propõe a ser um estímulo a produção de novas metodologias educacionais a partir da cultura e saberes locais, como uma forma de estimular educadores e educandos a se desafiarem a planejar oficinas a partir desses saberes lúdicos produzidos na região, em diálogo permanente com conhecimentos das crianças e suas vivências com os jogos e brincadeiras de seus cotidianos presentes em alguns bairros e ilhas de Belém.
É nessa perspectiva que gostaríamos de equipar a brinquedoteca a fim de garantir que esse seja um lugar do brincar para as crianças, mas também um espaço de construção de novas metodologias para estudantes e educadores além de se constituir em uma referência no processo de formação e estímulo de educadores interessados em implementar projetos de natureza semelhante.
Objetivos
·         Criar um espaço físico planejado com a finalidade de garantir à criança o direito de brincar;
·         Criar, testar, catalogar e disponibilizar brinquedos e jogos de cunho lúdicos necessários as atividades pedagógicas na formação de educadores assim como de alunos dos cursos de licenciatura e crianças frequentadoras do “lugar de brincar”.
·         Proporcionar situações de interação, aprendizagem, criatividade, possibilitando à criança o desenvolvimento de sua capacidade de autonomia do ponto de vista afetivo, cognitivo e social e possibilitando aos educadores e alunos das licenciaturas um estímulo à experimentação e criação de novas metodologias a partir de ações lúdicas;
·         Oportunizar experiências e redescobertas, através do acesso a um maior número de brinquedos.
·         Estimular a brincadeira como forma de aquisição e transmissão da cultura infantil.
·         Oferecer um espaço pedagógico para construção de metodologias lúdicas, de  observação e pesquisa para professores e estagiários.
Metodologia
Dentro da proposta de atendimento no “lugar do brincar” deve ser dada prioridade a brincadeira livre. A criança terá bastante tempo para explorar livremente os espaços temáticos em pequenos grupos, grupos maiores e até mesmo sozinha, satisfazendo sua curiosidade e expressando-se livremente, criando assim brincadeiras que permitam a representação do imaginário, o desenvolvimento da linguagem e a interação social. Dessa forma, o contato, a manipulação e o uso dos brinquedos possibilitarão à criança construir seu conhecimento de forma significativa.
Esse espaço funcionará também como um laboratório onde receberemos pessoas dos bairros e ilhas de Belém interessadas em desenvolver trabalhos em suas comunidades de natureza semelhante. O lugar do brincar da UFPA com seus profissionais se responsabilizará por planejar, executar e avaliar cursos e oficinas com objetivo de estimular a criação de novos lugares do brincar na cidade de Belém. Atividades formativas que acontecerão na UFPA e também nas comunidades.
Os profissionais envolvidos no projeto - professores e bolsistas devem fazer do “lugar de brincar“ um espaço para a construção de novas metodologias onde a cultura dos jogos esteja presente e também fazer dele um espaço de observação e pesquisa a fim de motivar a elaboração de oficinas lúdicas em outros espaços da cidade de Belém.
Nos meses de fevereiro, março e abril serão desenvolvidos a Primeira Etapa do projeto. O desafio dessa etapa é o de equipar e organizar o projeto. A definição dos equipamentos, brinquedos, materiais de consumo e  serviços vem de encontro a necessidade de constituir lugares do brincar, seja nas ações pedagógivas que serão desenvolvidas no “lugar do Brincar” da UFPA, seja no uso desses materiais e equipamentos para estimular outras instituições, tais como escolas da terra firme, Brinquedotecas, escolas comunitárias entre outros espaços sociais a criarem seus lugares do brincar. Para tanto, no processo de organização, o projeto será apresentado às instituições para se definir o calendário de planejamento e o acervo comprado para que possamos desenvolver ações a partir dos lugares temáticos:
Lugar da Leitura, de Contar Histórias e da Música; lugar equipado com livros infantis e informativos, gibis e revistas diversas. Organizado com tapete e almofadas para acolher as pessoas que desejarem permanecer nesse ambiente e para realizar oficinas estimulando o desejo de ler e criar textos. Os livros serão usados como forma de brincar. Esta é uma maneira de fazer com que educadores se apropriem de metodologias que dialogue com o acervo de forma bem prazerosa e descontraída e para que crianças e adolescentes possam também fazer uso desse espaço de forma criativa.
Lugar do Teatro
Local com fantoches e fantasias diversos para manusear, inventar e contar histórias.
Lugar da Animação
Local com estantes e armários baixos e brinquedos variados para serem manuseados livremente, sugerindo diferentes formas de brincar. Nesse espaço, se faz necessário, tatame, data-show, som, telão, computador, vídeo-game, lugar em que as crianças, adolescentes e educadores poderão reunir-se para fazer qualquer trabalho coletivo, além de jogar, assistir e debater filmes, dançar, ouvir música.
Lugar das Sucatas
Lugar onde serão guardados materiais reciclados e da natureza, lavados e classificados que serão utilizados na criação dos “inventores”. As sucatas deverão estar agrupadas em caixas de plástico ou papelão e potes plásticos colocadas em estantes baixas.
Lugar da Oficina
Local revestido de tatame onde os participantes poderão “inventar coisas” e construir brinquedos com material de sucata. Tecidos
Lugar de vivências físico-corporais
Localiza-se logo a frente da brinquedoteca onde acontecerão atividades lúdicas com cama elástica, bolas, bambolês, com equipamento de som e microfone para as atividades externas e projeções de filme.
Lugar de criação imaginária do cotidiano
A organização desse espaço deve auxiliar os participantes a decidirem o que fazer para entrada do imaginário e para que surja a brincadeira do “faz-de-conta”.
Assim no Canto do Faz de Contas, teremos um espaço com mobílias de casa de tamanho adequado à criança pequena, como também bonecas, roupas de bonecas, loucinhas, panelinhas e outros utensílios de cozinha. Um camarim com espelho, maquilagem, bijuterias, chapéus, fantasias e adereços, como também roupas e sapatos velhos que poderão ser muitos valiosos para brincar de casinha.
Na segunda etapa do projeto que será executado durante os meses de maio a novembro será definido junto as instituições educacionais um  calendário mais elaborado de planejamento detalhado das ações pedagógicas que serão desenvolvidas durante o ano e passaremos então a fase de preparação das oficinas com essas instituições, execução e avaliação das mesmas. Todas as ações pedagógicas terão como fio condutor a dimensão lúdica das práticas pedagógicas.



 


Lugares e Equipamentos Públicos de Lazer


Identificação do Projeto
TÍTULO DO PROJETO: LUGARES E EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE LAZER NA CIDADE VELHA (BELÉM-PA): seus usos e contra-usos na experiência de sociabilidade urbana.
Instituição: Universidade Federal do Pará
Departamento: Instituto de Ciências da Educação
Unidade Executora: Faculdade de Educação Física
Coordenadora do Projeto: Lucília da Silva Matos
Introdução
O projeto intitulado “LUGARES E EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE LAZER NA CIDADE VELHA BELÉM-PA: seus usos e contra-usos na experiência de sociabilidade urbana surge a partir da participação da pesquisadora no Grupo de Estudos e Pesquisa em Cultura do Corpo, Educação, Arte e Lazer – LACOR-, no qual assume a coordenação da linha de pesquisa Educação Lúdica, Arte e Lazer. O referido grupo é constituído por docentes, discentes, pesquisadores e profissionais da UFPA e de outras instituições públicas interessados na temática Educação Física, Esporte, Arte, Lazer. Surge também como uma forma de dar prosseguimento a pesquisa iniciada em 2009 pelo grupo LACOR: “O diagnóstico do Esporte e Lazer na Região Norte”, ação articulada entre Universidades UFPA/UFAM e ULBRA sendo coordenada pelo LACOR/ISED/ UFPA e encomendada pelo Ministério do Esporte/ Rede CEDES.
 Embora o projeto seja iniciado pelo bairro da Cidade Velha, primeiro bairro da cidade de Belém, onde estão localizados vários equipamentos públicos de lazer (praças, teatros, galerias etc.), estamos planejando após resultado da pesquisa ampliá-lo para outros bairros da cidade.
Ao longo da história da cidade de Belém tais equipamentos foram edificados a fim de dar contornos urbanos de convivência pública a esse bairro que historicamente se constituiu como local de moradia, lazer e trabalho de grande parcela da população belenense. 
Apesar das mudanças pelas quais a Cidade Velha tem passado ao longo dos quase quatro séculos desde a fundação da cidade, esse bairro continua a ser um dos que contem, certamente, grande parte do acervo de patrimônio público edificado de lazer e transforma-se em “palco” permanente para as vivências de diferentes formas de expressão no âmbito do lazer de grupos culturais praticantes de manifestações variadas sejam elas práticas corporais mais contemporâneas como, por exemplo, o parkour, o skyte, entre outras, seja pelas práticas revisitadas da cultura popular como carnaval, os bois, a capoeira, os jogo de peteca (bola de gude) esta última verificada por grupos de diferentes idades na Praça do Carmo, etc. Cada uma dessas manifestações são organizadas por grupos sociais diversos, nesse sentido entender a lógica operada por esses grupos e os significados elaborados pelos participantes dessas atividades será fundamental para analisar essas vivências de sociabilidade urbana que dão contornos públicos aos espaços e equipamentos localizados na Cidade Velha.                                                                                                                                        
Nessa perspectiva o projeto de pesquisa visa realizar um mapeamento dos lugares, equipamentos públicos e seus usos cotidianos através das vivências de lazer, no bairro da Cidade Velha, primeiro bairro da cidade de Belém, a fim de constituir um quadro geral dos lugares, equipamentos, das práticas de sociabilidade de lazer neles vivenciadas e dos principais agentes/grupos sociais frequentadores.
Após realização desse mapeamento serão escolhidos dois desses lugares, a partir de avaliação e tomando como critérios a significação cultural para os grupos e agentes sociais que neles se encontram, as experiências neles vivenciadas e também sua relevância histórica, para desenvolver uma pesquisa mais aprofundada sobre os usos e contra-usos desses lugares e de seus equipamentos. Partimos do entendimento de que, na maioria das vezes, esses usos vão além do objetivo planejado, o que confere a esses lugares um sentido de sociabilidade pública que pode sugerir concepções diferentes sobre a noção de espaço público e a criação de novas práticas de lazer, aspectos fundamentais para as políticas públicas.
Justificativa
O tema de pesquisa justifica-se pela necessidade de reflexão sobre a dimensão pública dos lugares de sociabilidade das práticas urbanas de lazer principalmente diante da atual conjuntura em que as cidades são tratadas como vitrines do consumo para turistas e pessoas de maior poder aquisitivo. Nessa perspectiva projetos urbanísticos de embelezamento urbano são traçados como uma forma de tentar disciplinar os usos do espaço urbano a partir da lógica do lucro. No entanto, observamos que, na maioria das vezes, esses usos desses lugares pela população vão além do objetivo planejado para os lugares e equipamentos. Temos como hipótese que isso ocorre porque o sentido público do lugar é construído através de disputas, muitas vezes camufladas, e de práticas de contra-usos. Para tal análise tomaremos como suporte teórico a teoria de Certeau (1994) no que diz respeito a sua análise das “artes de fazer” na qual entende que a constituição de um lugar público é construída através de estratégias e táticas.
A primeira (estratégia) é entendida como instituições e suas ações. Reconhecidas como autoridades, status de ordem dominante e se expressam materialmente em tipos específicos de edificações e ações que imprimem características a estes lugares tendo como objetivo se perpetuar através das coisas que ela produz, uma vez que, cálculo e eficiência são suas condições fundamentais. O controle, o domínio, a ordem das práticas institucionalizadas fazem parte se seus objetivos já que se interessa por práticas homogêneas e uniformes. A segunda (tática) trata-se de uma ação calculada, mas que não possui lugar próprio e domínio do tempo, “são artes de fazer”. O modelo revela os indivíduos dispersos, fragmentados no espaço, não possuem base em termo de lugar, se agrupam a partir de uma dada necessidade. É fonte de improvisação, é flexível e ágil. Ocupa os espaços entreabertos pelo sistema, mas seu objetivo não é o domínio. Tem Clareza de seu status de fraco, sua falta de estrutura, ela se expressa na transformação das coisas criadas de modo a serem suas. É quase invisível, silenciosa, não está presente no produto e sim na forma de usá-lo (CERTEAU, 1994).
Partimos, pois do pressuposto de que tais práticas acabam por trazer para o espaço urbano divergências no que diz respeito ao o que deve ou não estar presente em determinados lugares, no entanto entendemos que são os conflitos que dão anima a dimensão política e a “sociabilidade pública” (LEITE, 2004) presentes ao longo da história nesses lugares e equipamentos de lazer. As lutas, concorrências e tensões são elementos expressivos de uma síntese da sociedade (SIMMEL, 1983). Essa perspectiva nos abre caminhos para uma investigação dos diferentes lugares e sociabilidades existentes em um mesmo bairro (cidade velha) na intenção de entender seus usos públicos como ações criativas que em geral desafiam as falas e práticas que tentam impor uma forma de uso monolítica desses lugares.
Ao usarmos a noção lugar o fazemos por considerarmos que é menos abrangente e genérica do que a de espaço: lugar será então entendido como demarcações simbólicas e físicas no espaço qualificado pelos usos. São os tipos de usos que dão qualidade ao lugar, as relações sociais neles travadas que lhes atribuem sentido de pertencimento, orientando ações sociais e sendo por estas delimitados. (LEITE, 2004, p. 35).
Quanto à definição do Lazer como categoria analítica surgiu pela compreensão deste como um dos maiores fenômenos da esfera da cultura responsável pela potencialização de redes de sociabilidade, em que grupos se organizam com certa liberdade de escolha em torno de vivências prazerosas, resignificando seu fazer cotidiano e enriquecendo suas experiências pessoais e coletivas (MATOS, 2001).
No entanto, o lazer, entendido como processo e produto da cultura, está envolvido na trama das relações e contradições sociais. Na realidade, como fruto das mudanças nas relações de trabalho, das reivindicações e conquistas da classe trabalhadora no início da industrialização por um tempo livre das obrigações do trabalho, o lazer já nasce imerso numa diversidade de concepções e valores sobre tempo livre. Alguns desses valores segundo Marcellino (1998) estão impregnados por uma visão funcionalista que prega a importância da preservação da ordem estabelecida, sendo válvula de escape dessa própria ordem social vigente, servindo como um tempo para a reposição da energia dos trabalhadores e muitas vezes com atividades dirigidas, organizadas para preservar a lógica da produção. Nos países desenvolvidos, após a segunda guerra mundial, o lazer triunfa como lazer-mercadoria entendido, não só, mais também, como um tempo disponível para o consumo. No caso do Brasil, mais recentemente, principalmente no último quartel do século XX o lazer passou a ser “[...] o jardim dos novos alimentos terrestres”. (MORIN, 1984, p.69) O que Alain Corbin ao “contar” a “História dos tempos livres” chamou de “[...] uma moral do prazer (fun morality) que traduz a alteração dos valores e das referências” (CORBIN, 1995, p.07).
Segundo Magnani (2000), para muitas tendências do movimento operário, o tempo livre se constituía de um tempo propício para a contestação e organização de uma cultura própria que se contrapunha aos ideais burgueses. No entanto, este autor, ao desenvolver sua pesquisa tendo o lazer como abordagem central, não nega esse fator constitutivo do lazer na sociedade moderna, mas opta em situá-lo em outro contexto. Importando, principalmente a compreensão de que “o outro” tem sobre o lazer, qual o significado e formas de vivenciá-lo no seu dia-a-dia. O trabalho etnográfico desenvolvido por Magnani permitiu apreender amplas e variadas formas de usos do tempo livre nos finais de semana nos bairros periféricos; atividades essas profundamente vinculadas ao modo de vida e às tradições dessa população. Verificou que o lazer para esses moradores dos bairros periféricos pesquisados estava para além da necessidade de reposição de energia para o retorno ao trabalho, “[...] representava, antes, uma oportunidade, através de antigas e novas formas de entretenimento e encontro, de estabelecer, revigorar e exercitar aquelas regras de reconhecimento e lealdade que garantem a rede básica de sociabilidade” (MAGNANI, 2000, p.31).
Magnani (2000) tomou como ponto de partida analisar os lugares onde eram vivenciadas as atividades de lazer distinguindo sistemas de oposições “em casa” onde as atividades de lazer giravam em torno dos ritos que celebram as mudanças significativas no ciclo vital: batizado, aniversário, etc. e “fora de casa” que se subdividia em “na vizinhança”, cujos espaços de lazer se situam próximos, lanchonetes, paróquias, salões de bailes, circos, etc. e “fora da vizinhança” quando as pessoas vão para espaços de lazer mais distantes, como nas excursões, disputas de futebol, salões de bailes mais distantes, etc. A partir dessa oposição Magnani aponta para um terceiro domínio: “o pedaço”, “espaço em que se tece a trama do cotidiano” (MAGNANI, 2000, p. 32).
“O termo na realidade designa aquele espaço intermediário entre o privado (a casa) e o público, onde se desenvolve uma sociabilidade básica, mais ampla que a fundada nos laços familiares, porém, mais densa, significativa e estável que as relações formais e individualizadas impostas pela sociedade” (MAGNANI, 1998, p.116).
Em pesquisa desenvolvida pelo mesmo autor em bairro central de São Paulo embora a categoria pedaço tenha se revelado útil - pois as pessoas que frequentam os lugares do centro vão para encontrar seus iguais, para exercitar-se através do uso comum de códigos, para apreciar os símbolos escolhidos e para marcar as diferenças no tecer da rede de sociabilidade - foi necessário a criação de outras categorias como as “manchas”, o “trajeto”, “circuito”. A Mancha é caracterizada pela presença de número diversificado de pessoas de várias procedências sem necessariamente constituir relações de laços mais estreitos uma vez que sua base física é mais ampla. Ela, diferente do pedaço, sede lugar para imprevistos, para variações.
“A mancha, ao contrário, sempre aglutinada em torno de um ou mais estabelecimento, apresenta uma implantação mais estável tanto na paisagem quanto no imaginário. As atividades que oferece e as práticas que propicia são o resultado de uma multiplicidade de relações entre seus equipamentos, edificações e vias de acesso, o que garante uma maior continuidade, transformando-a, assim, em ponto de referência físico, visível e público para um número mais amplo de usuários” (2009, p. 23).
Os “trajetos” são os caminhos percorridos não aleatoriamente para se chegar ao pedaço habitual no meio da mancha. Para se chegar lá, escolhas são feitas no exercitar de outras lógicas a partir do deslocamento por outros pontos e equipamentos no espaço urbano. Já o Circuito é caracterizado pelo exercício de práticas e ou oferta de determinado serviço por meio de equipamentos e espaços que não são contíguos espacialmente, o que o fazem ser reconhecido por seu conjunto são os seus tipos específicos de frequentadores, como por exemplo, o circuito gay, o circuito de brega, o circuito de shows Black, etc. (MAGNANI, 2009).
Tais referências serão fundamentais para a pesquisa em questão, pois ao pesquisarmos os lugares e equipamentos de lazer no bairro da Cidade Velha poderemos nos valer de tais categoriais para análise de nosso objeto de pesquisa assim como, no processo de pesquisa, criar outras categorias nativas que melhor situe as práticas de sociabilidade geradas pelo lazer dos vários grupos frequentadores, moradores ou não, desse bairro.
A pesquisa pretende tratar a temática do lazer articulando-a como dimensão da cultura, no entanto, sem perder de vista, também os aspectos referentes à sociedade de consumo, uma vez que no processo de globalização o lazer é tomado como um excelente negócio ocupando lugar de destaque. O aspecto lúdico do prazer proporcionado pelo lazer e a sua institucionalização sob a forma de diversão – entretenimento – passa então a ser o fio condutor de uma gigantesca indústria da diversão. Como afirma Edgar Morin: “O lazer moderno não é apenas o acesso democrático a um tempo livre [...] fornece não mais apenas um tempo de repouso e de recuperação, mas um tempo de consumo” (MORIN, 1984:67).
No caso do tema em questão, pretendemos, além de mapear os lugares, equipamentos e as práticas de lazer de maneira geral, exercitar através de um denso trabalho de campo essas práticas urbanas que ocorrem em dois desses lugares. Entender como se processa a apropriação desse bairro da cidade de Belém através das práticas de sociabilidade pelos grupos sociais diversos que se mobilizam para o convívio e transformam esses lugares, onde as ruas, calçadas, casas, edifícios, passam a ter novos significados, haja vista que nesses momentos de lazer o cenário é composto pelos novos agentes sociais frequentadores.
A relevância da pesquisa extrapola o universo acadêmico uma vez que fornecerá dados hoje essenciais para o estabelecimento de políticas públicas na área do lazer uma vez que entendemos que a construção, reforma de equipamentos de lazer assim como os processos de animação cultural desses lugares e equipamentos devem ser canais permanentes de diálogo entre Estado e Sociedade Civil na perspectiva de construção, mesmo que a partir das tensões de classe existentes, de canais para a participação popular e uma apropriação cidadã através das variadas formas culturais de usos públicos desses lugares.
Objetivo Geral
Realizar um mapeamento dos lugares, equipamentos de lazer públicos e seus usos cotidianos através das vivências de lazer no bairro da Cidade Velha e eleger dois desses lugares para desenvolver um trabalho mais longo de observação participante a fim de analisar os usos e contra-usos desses lugares e equipamentos.
Objetivos Específicos
1- Desenvolver revisão bibliográfica sobre espaços e equipamentos públicos de lazer;
2- Mapear os espaços e equipamentos públicos de lazer existentes na Cidade Velha;
3-Observar e listar os processos de sociabilidade através das práticas de lazer que acontecem nesses lugares e equipamentos;
4- Desenvolver observação participante a fim de analisar os usos e contra-usos desses lugares e equipamentos de lazer na intenção de compreender o interesse dos frequentadores dos lugares mapeados em relação às práticas de lazer;
5-Conhecer de maneira mais detalhada e analisar as interações entre alguns grupos sociais a partir de seus diferentes usos dos equipamentos de lazer da cidade velha;
6- Tentar apreender a dinâmica da elaboração destas práticas culturais de lazer pelos seus agentes e a apreensão de seu caráter simbólico;
7- Proporcionar aos alunos (voluntários) envolvidos neste projeto a formação e a experiência para a pesquisa científica, através da discussão teórica de temas paradigmáticos na educação física tais como lazer, cultura, sociabilidade em contexto urbano.
Metodologia
Desenvolver essa pesquisa implica em ter como cenário mais geral a própria cidade de Belém, isto porque, trata-se de um trabalho que se propõem em sua primeira fase, mapear os lugares, equipamentos e as práticas culturais de lazer presentes na Cidade Velha que por sua condição histórico-social se constituiu como um bairro de grande relevância cultural não apenas para seus moradores mas, para grande parte dos Belenenses. Nessa perspectiva, diversos grupos/sujeitos que estão em vários “pedaços” da cidade frequentam os pontos culturais desse bairro tendo pelo menos um objetivo que os interligam: a necessidade de sociabilidade através do lazer com seus pares. Assim a pesquisa se constituirá a partir de algumas fases interligadas:
1-      Levantamento de fontes teóricas e informativas sobre o objeto de estudo: estudos desenvolvidos sobre a categoria lazer, espaços de lazer, equipamentos públicos de lazer, produções culturais, sociabilidade e sobre a história do bairro da Cidade Velha a fim de consolidar uma apropriação, por parte da pesquisadora e dos pesquisadores voluntários e ou bolsistas, sobre o contexto sócio cultural do bairro e as bases teóricas que fundamentarão a pesquisa.
2-      Mapeamento geral do bairro, ruas, lugares e equipamentos existentes através de informações documentais institucionais provenientes da Secretaria de Cultura do Estado do Pará e do Município de Belém e na Secretaria de Meio Ambiente.
3-      Trabalho de campo 1- Terá caráter mais exploratório a fim de obter uma visão geral sobre os equipamentos, as principais práticas de lazer neles desenvolvidas e os grupos /sujeitos frequentadores. O trabalho será desenvolvido através de observação e entrevistas abertas com moradores ou frequentadores desses lugares em dias e horários diferenciados.
4-      Constituição de um Mapa inicial de localização desses lugares, equipamentos e práticas de lazer e principais grupos frequentadores para reorganização do projeto de pesquisa a partir dos primeiros dados coletados na pesquisa exploratória e construção de instrumentos para a segunda etapa da pesquisa;
5-       Seleção da base cartográfica para o georeferenciamento dos lugares de lazer e seus devidos usos;
6-      Realização de seminário para eleição dos dois lugares a serem priorizados e de preparação metodológica em pesquisa de campo aprofundada;
7-      Realização da pesquisa de campo (entrevistas semi-estruturada e observação participante);
8-      Seminário para realizar a síntese que balizará a elaboração do relatório final e de possíveis temas para elaboração de artigos;
9-      Análise dos dados de campo e redação do relatório final;
10-   Seminário final aberto ao público para socialização do resultado da pesquisa;

Pelo fato da pesquisadora e dos pesquisadores voluntários e ou bolsistas serem moradores da cidade de Belém e de serem frequentadores de muitos desses lugares de sociabilidade pública através da vivência do lazer na Cidade Velha, existirá, de alguma forma, algum compartilhamento de sentidos, de significados e de símbolos entre os (as) pesquisadores (as) e esses grupos, neste sentido será fundamental um estranhamento do que já é familiar para os pesquisadores como tornar familiar o que para os (as) pesquisadores (as) é estranho (Da MATTA, 1978) uma vez que, para efetivar a pesquisa proposta, será necessário mais do que conhecer as práticas de lazer desenvolvidas nesses lugares da pesquisa, mas conhecer e interpretar os significados elaborados no fazer cotidiano, nos encontros, brincadeiras, festas, reuniões, desses vários grupos/agentes sociais e como se constitui essas práticas de uso e de contra-uso desses lugares.
Utilizaremos como orientação metodológica para o processo da pesquisa de campo nos dois lugares definidos, a descrição densa, que busca a inscrição do significado de determinadas práticas culturais num dado contexto, além de nos valermos da abordagem diacrônica que nos permitirá entender em que contextos foram criadas essas manifestações. A tarefa fundamental da descrição densa é tornar o trabalho de campo o mais profundo possível. Gueertz (1989), ao escrever sobre o tema afirma que o pesquisador deve debruçar-se sobre as ações dos agentes sociais enquanto ações simbólicas a serem lidas como “textos”, a partir da “linguagem” dos produtores desses mesmos “textos”, uma vez que da mesma forma que a cultura é pública seu texto também o é: 
“O que é importante nos achados do antropólogo é sua especificidade complexa, sua circunstancialidade. É justamente com essa espécie de material produzido por um trabalho de campo quase obsessivo de peneiramento, a longo prazo, principalmente (embora não exclusivamente)  qualitativo, altamente participante e realizado em contextos confinados, que os megaconceitos com os quais se aflige a ciência social contemporânea (...) podem adquirir toda a espécie de atualidade sensível que possibilita pensar não apenas realista e concretamente sobre eles, mas, o que é mais importante, criativamente com eles” (GUEERTZ, 1989, p. 33).
Através dessa compreensão, além dos aspectos enumerados acima toda a realidade vivenciada em campo será registrada através da escrita no diário de campo e através de imagens (fotografia, filmagem). Realizaremos algumas entrevistas previamente estruturadas e não estruturadas ou abertas, deixando os sujeitos interlocutores da pesquisa abordar livremente alguns temas propostos.
Metas
1-      Cada componente voluntário e/ou bolsista deverá apresentar relatório com dados empíricos coletados e uma pré-análise baseada nos objetivos desta pesquisa;
2-      Produzir um mapa contendo todos os lugares e equipamentos de lazer do bairro;
3-      Definir, com base em critérios objetivos coletivamente traçados, um quadro quantitativo e qualitativo dos lugares e seus usos, conforme os conteúdos do lazer a eles concernentes;
4-      Eleger, a partir de análise consubstanciada por teorias, dois lugares, onde será desenvolvida a pesquisa participante;
5-      Redigir relatório global da pesquisa;
6-      Organizar seminário final sobre o resultado da pesquisa dirigido aos professores/pesquisadores, alunos das Universidades e aos agentes sociais interlocutores da pesquisa;
7-       Redigir um primeiro artigo a partir dos dados da pesquisa para publicação.